sábado, 13 de dezembro de 2008

RVCC 2ª sessão

Nova sessão, novos temas, pois é tivemos juntos mais uma vez, esta a segunda e já com um "trabalhito" para apresentar, mas disso falarei mais tarde.
Agora é hora de vos falar de outras coisas, desta feita de outros temas debatidos nesta segunda sessão em grupo do nosso R.V.C.C., pois a Dra. Sandra uma vez mais e de uma forma que à partida poderei dizer que a maioria de nós não conseguiu entender la foi explicando todo o nosso processo, mais concretamente abordamos o Referencial de Competências Chave para a Reconhecimento Validação e Certificação de Competências, "http://www.novasoportunidades.gov.pt/documentos.aspx", ainda que não tão simplificado eu também aqui deixo um pequeno slideshow com todo o processo.






Ainda durante esta sessão, foi-nos solicitado que relatássemos duas experiências de vida que nos tivessem marcado, claro que não houve tempo para ouvir tudo e todos mas houve histórias engraçadas, histórias que poderiam parecer não ter grande importância, mas na realidade demonstraram a vivência de cada um, nas mais diversas áreas.

No inicio deste relato eu disse que na sessão anterior nos tinha sido solicitado um trabalho com o intuito de relatar um pouco da nossa vida, ou melhor este "trabalhito" tinha a intenção de que dissesse-mos um pouco de nos, quem somos, quais os desejos, as dificuldades os nossos objectivos de vida e ainda o porque de nos termos proposto a frequentar este processo de R.V.C.C. (Reconhecimento Validação e Certificação de Competências).

Ainda para complementar este assunto gostaria de Vos deixar aqui um link para um artigo escrito na revista "SÍSIFO - Revista de Ciência
s da Educação - nº 2 - Janeiro/Abril de 2007", com a autoria de Cármen Cavaco, docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.http://sisifo.fpce.ul.pt/pdfs/sisifo0202.pdf

E assim foi uns com mais dificuldade do que outros para entender o que havia sido solicitado, todos fizemos algo.

Como eu disse provenho de uma família humilde
e, o meu pai era funcionário de um Banco bem como a minha Mãe, os meus Avós maternos eram agricultores, e eu falo somente dos meus avós maternos, pois foi praticamente com eles que eu fui criado.

Como qualquer criança tive uma infância normal, brincava com os amigos, e ia à escola, mas em virtude dos meus pais desde muito cedo terem começado a construir a sua própria casa, não havia abundância, costumo dizer que sei bem o que é a vida, isto porque todos os tostões que se conseguia ter eram para a casa, os tempos eram difíceis... à semelhança dos dias de hoje, ainda que hoje haja a possibilidade de termos muitas coisas que noutros tempos nem eram sonhadas, fruto também da evolução dos tempos e
da técnica.


Ao longo dos tempos os meus Pais e Avós, foram-me incutindo valores que eu ainda hoje considero fundamentais para a minha personalidade, forte.



Felizmente sou uma pessoa que sei um pouco de tudo, desde trabalhar o campo, até à profissão de pedreiro, e sinto orgulho. recordo-me era eu criança e em virtude dos meus pais não terem tempo pelos seus horários apertados, de ir muitas vezes aviar recados de grande importância, tais como pagar materiais, para a casa, entregar o IRS, entre muitos outros.

Estudei até ao 8º ano no ensino oficial, mas não por não saber, mas devido as más companhias, gostava de me ver com aqueles que se julgavam muito espertos, chumbei duas vezes, uma no sétimo ano, na Escola secundária Jaime Cortesão, e a segunda vez que chumbei, estava na Escola Secundária José Falcão.

Apesar das dificuldades inerentes ao facto de estar a construir uma casa, e ao facto de os orde
nados serem pequenos, os meus pais sempre pri
máram por me dar o melhor.

Fizeram então mais um sacrifício e colocaram-me no Colégio S. Pedro (C.E.C.), mas eu na relidade queria era borga, não é que eu não tivesse capacidades, mas estudar nunca foi comigo.

Para mim desde que fosse dando para passar chegava.

Na realidade eu não vi naquele tempo grande diferença entre o ensino privado e o oficial, à excepção de que o privado era bem pago.

Dizer que tinha mais atenção dos professores, ou ate que as condições de estudo eram melhores.... não na realidade era exactamente o mesmo.

Senti sim diferença quando fui para Ponta Delgada, entri numa escola nova, e que na altura era uma escola modelo, Escola Secundária das Laranjeiras, recordo-me que na altura os professores tinham um método diferente de ensina
r, talvez evoluido demais para a época, pois assemelha-se ainda que sem a mesma tecnologia ao tipo de ensino que é exercido nos dias de hoje em muitas escolas.

Eu optei por mostrar em video um pouco da minha vida, de muito me orgulho, mas há um ponto na minha vida que pode-se dizer que me marcou, foi o facto de me ter tornádo Rádioamador, ou melhor de ter feito exame de Rádioamador.
Como se tornar Radioamador.

Para alguém se tornar radioamador terá de ser sujeito a um exame de aptidão. Estes exames são requeridos à ANACOM (Autoridade Nacional
das Comunicações) http://www.anacom.pt/ e poderá consultar a legislação referente a isto na Portaria n.º 358/95, de 24 de Abril. Uma boa forma de se preparar para este exame é ir a uma Associação de Radioamadorismo e solicitar bibliografia sobre o tema. Eles terão o maior prazer em ajudar alguém a juntar-se ao grupo de radioamadores. Ao ser aprovado no exame terá o Certificado de Amador Nacional e poderá operar qualquer estação de amador cujas características correspondam à categoria para a qual obteve aprovação. O passo seguinte é obter um
a concessão de licença de estação de amador nacional que deve ser pedida à ANACOM. Claro que é necessário ter em conta que toda e qualquer actividade levada a cabo por um radioamador é feita dentro dos limites estabelecidos por lei. Tal como em qualquer outra actividade, existem normas e códigos a seguir como radioamador. Estes são estipulados por lei mas há que não esquecer de seguir as normas da boa conduta e civismo. O radioamador é alguém que procura comunicar com outras pessoas. É uma actividade riquíssima desde que se sigam determinadas normas. Tema que não são aconselháveis abordar é a política ou religião. O primeiro ponto é que são temas um tanto ou quanto delicados e quando se está a comunicar para o outro lado do mundo é impossível saber com quem se está a falar. O objectivo é conhecer outra pessoa. Por outro lado e ainda mais importante é que existem regimes em que não é permitida a discussão deste tipo de temas. Não havendo privacidade neste tipo de comunicações poderá pôr em risco a pessoa que se encontra no outro lado. E claro o tipo de linguagem utilizado nunca deve de forma alguma ser ofensiva ou de alguma outra for
ma desagradável.


Um radioamador não é apenas uma pessoa que tem um aparelho de rádio emissor/receptor, que encontra alguém com quem falar do outro lado. Aquilo que um radioamador pode fazer e aprender vai muito para além disto. Em primeiro lugar, não há limites. O radioamador pode contactar com quase qualquer pessoa à face da Terra. Mas para além disso o radioamador aumenta os seus conhecimentos e cultura. Pode ajudar em casos de emergência, gerindo as comunicações e aumentando assim a possibilidade de socorro a tempo. Desenvolve os seus conhecimentos acerca de rádio e aperfeiçoa os seus próprios equipamentos e pode utilizar o rádio não apenas em casa mas também no exterio
r desde que tenha equipamento adequado a isso. Para além disso são promovidos encontros em vários pontos do país e mundo, onde é possível trocar impressões com outros radioamadores e conhecer aqueles com quem se fala mas nunca se vê.

REGULAMENTO
Decreto-Lei n.º 5-95, de 17 de Janeiro
Portaria n.º 322/95, de 17 de Abril
Portaria n.º 358/95, de 24 de Abril
Portaria n.º 462/98, de 30 de Julho
Portaria n.º 394/98, de 11 de Julho
Portaria n.º 329/2000, de 9 de Junho
Decreto-Lei n.º 151-A/2000, de 20 de Julho
Decreto-Lei nº 11/2003, de 18 de Janeiro
ICP - ANACOM
Vou-vos deixar aqui um pequeno slideshow, com alguns cartões de QSL "http://www.classicosdaradio.com/museu_QSL.htm" dos países por mim contactados.


De referir tambem que estes "cartões de QSL" já têm alguns anos e foram efectuados na faixa dos 27 Mhz vulgarmente chamado de CB "Citizen Band"ou "Banda do Cidadão".


O QUE É A BANDA DO CIDADÃO?


"A exploração do espectro radioeléctrico é repartido entre duas categorias de utilizadores: as estações radioeléctricas profissionais e as privadas. A segunda é representada pelos radioamadores e pelos cebeístas. Para se tornar radioamador certas condições são necessárias: assimilação de noções técnicas e jurídicas ligadas à utilização da estação, cujo controlo de conhecimentos dá lugar a uma licença escalonada de acorda com o respectivo nível. Esta licença diz respeito a um campo de aplicação rigoroso. Este conjunto de condições restritivas constitui uma forte barreira à vocação de elevado número de potenciais bons radioamadores desencorajados pelas grandes dificuldades de acesso. Felizmente existe um outro género de estações radioeléctricas privadas, acessível à generalidade dos cidadãos, permitindo o tráfico sobre uma banda única de frequências, sem obrigatoriedade de conhecimentos técnicos profundos, utilizando equipamentos previamente homologados - a Banda do Cidadão. A Banda do Cidadão é uma forma de comunicação rádio, de características bidireccionais, utilizando a faixa de emissão dos 11 metros, de fácil manuseamento e de custo relativamente acessível. Pode ser usada em fixo, em móvel ou em portátil e não carece de conhecimentos técnicos profundos. A Banda do Cidadão reúne em si os factores necessários para que a sua utilização se propague rapidamente sendo, hoje em dia, o meio de comunicação rádio pessoal mais divulgado e popular entre a população em geral. Por isso, é justamente designada por "Banda do Cidadão, a radiocomunicação de todos". O que numa fase inicial não passava de mero instrumento de entretenimento é já hoje considerado um "serviço de utilidade pública" por todos aqueles que utilizam dignamente este potente meio de comunicação rádio e, também pela população era geral que, um pouco por toda a parte, vai sentindo a real importância que a Banda do Cidadão tem no auxílio, especialmente em situações dramáticas de carência. Por outra lado, inúmeras corporações de bombeiros e outras entidades possuidoras de meios de socorro, já se encontram equipadas com rádio CB, estando criadas as condições para que qualquer utente da Banda do Cidadão possa, através do canal 9, canal de emergência, comunicar "mais cedo" uma situação que careça de intervenção dos referidos meios de socorro. A legislação portuguesa sobre a Banda do Cidadão, à semelhança do que se passa na maioria dos países da Europa, dá protecção legal ao canal de emergências. Trata-se do CANAL 9 - freq. 27 065 MHzOs utentes da Banda do Cidadão correspondendo ao que deles se espera, em termos de ajuda rádio CB, têm vindo a agrupar-se em clubes de CB, muitos dos quais vocacionados para o apoio a situações de emergência."


Mas voltando mais atrás eu referi, e passo a citar "Um radioamador não é apenas uma pessoa que tem um aparelho de rádio emissor/receptor,... Pode ajudar em casos de emergência, gerindo as comunicações e aumentando assim a possibilidade de socorro a tempo.".


Para tal deixo-vos aqui um video extraído do YOUTUBE, "http://www.youtube.com/", onde de uma forma geral se pode ver um Rádioamador em acção.


O Rádioamador ao longo dos tempos.

As primeiras comunicação feitas sem fios, através de ondas, foram feitas por radioamadores usando o Código Morse "http://pt.wikipedia.org/wiki/Codigo_morse". Mais tarde este meio começou a ser utilizado por outras entidades que viram nesta forma de comunicação um meio rápido de passar informação. Começaram posteriormente a serem feitas emissões com som, feitas por amadores, que acabaram por ganhar relevância na comunicação entre as pessoas e passando assim a haver grandes estações de radiodifusão. O radioamador é uma pessoa que se dedica a comunicar via rádio com outros amantes das telecomunicações, sem fins lucrativos. Mas o facto de puderem utilizar este meio de comunicação fez deles pessoas que em situações trágicas utilizaram os seus conhecimentos para ajudarem em situações de crises. Existem muitos casos em que os radioamadores, através da gestão de comunicações de emergência ou através da divulgação de pedidos de socorro, têm salvado a vida a muitas pessoas. Por vezes são designados “ham radio”. Há quem diga que não se sabe de onde veio este termo, mas também quem refira que significa “help all man”. Independentemente da origem do termo, o radioamador é de facto alguém disposto a ajudar utilizando a ferramenta que tanto adora, o rádio.Se bem que antigamente o radioamadorismo se limitava à telegrafia, neste momento e com a evolução tecnológica dos últimos anos, um radioamador tanto pode usar a telefonia (voz) como o computador (comunicação digital).



Ex. "A.P.R.S." nas suas comunicações.Uma das coisas aliciantes é que é possível entrar em contacto com quase qualquer pessoa no mundo que se dedique ao radioamadorismo. Poderá haver um encontro entre radioamadores, mas por vezes não se chegam a conhecer pessoalmente. Mas a riqueza que é contactar estas pessoas ultrapassa essa barreira e muitos bons amigos se têm criado desta forma.


O radioamadorismo é uma actividade que é levada a cabo por muitos portugueses. É mais do que um simples passatempo. É uma forma de estar em comunicação com um grande número de pessoas, das mais variadas culturas e países e estar sempre num processo de aprendizagem contínuo. Como tal existem muitas associações espalhadas pelo país, todas elas fazendo dos radioamadores um grupo e dando apoio a quem pretende iniciar-se nesta actividade, que sem dúvida é muito recompensadora.


Lista de algumas Associações de Radioamadores Portuguesas



AMSAT-PO - Associação Amadores de Satélite de Portugal
ARA - Associação de Radioamadores dos Açores
ARAL - Associação de Radioamadores do Distrito de Leiria
ARAM - Associação Radioamadores do Alto Minho
ARAS - Associação de Radioamadores de Amadora – Sintra
ARAT - Associação Radioamadores Alto Tâmega
ARBA - Associação Radioamadores Beira Alta
ARC - Associação Radioamadores de Coimbra
ARLA - Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano
ARM - Associação Radioamadores Marienses
ARPA - Associação de Radioamadores da Planície Alentejana
ARR - Associação de Radioamadores do Ribatejo
ARRM - Associação de Radioamadores da Região da Madeira
ARVM - Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide
GPDX - Grupo Português de DX
LARS - Liga dos Amadores de Rádio de Sintra
NRISEL - Núcleo de Radioamadorismo do ISEL
RCL - Radioamador Clube de Loulé
REP - Rede dos Emissores Portugueses
TRPV - Tertúlia Radioamadores Praia da Vitória
URA - União de Radioamadores dos Açores

Uma estação de radioamador é o sistema utilizado para executar contactos com o mundo exterior, é composta basicamente de um transceptor de radiocomunicação (Um transceptor é um dispositivo que combina um emissor e um receptor utilizando componentes de circuito comuns para ambas funções num só aparelho. Se esses componentes não forem comuns, esse aparelho designa-se transmissor-receptor),http://pt.wikipedia.org/wiki/Transceptor, de uma linha de transmissão (Linha de transmissão, é um sistema usado para transmitir energia eletromagnética. Esta transmissão não é irradiada, é sim guiada de uma fonte geradora para uma carga consumidora, podendo ser uma guia de onda, um cabo coaxial ou fios paralelos ou torcidos), http://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_de_transmiss%C3%A3oikipedia.org/wiki/Linha_de_transmiss%C3%A3o, e da antena (Antena é o dispositivo cuja função é transformar energia eletromagnética guiada pela linha de transmissão em energia eletromagnética irradiada, pode-se também dizer que esta lei serve também no sentido inverso, isto é, transformar energia eletromagnética irradiada em energia eletromagnética guiada para a linha de transmissão. Portanto, sua função é primordial em qualquer comunicação onde exista radiofrequência), http://pt.wikipedia.org/wiki/Antena, propriamente dita, a este sistema se dá o nome de sistema irradiante.

Depois de vos ter falado do meio radioamadoristico de um modo geral, gostava de aprofundar um pouco mais as comunicações digitais, pois são aquelas que mais me satisfazem, mas antes de o fazer quero-vos deixar aqui um link para um artgo "O Radioamador do proximo milenio", escrito originalmente por Dirceu Privatto da Silva - PY3IT (Rádioamador Brasileiro já falecido) http://www.aminharadio.com/radio/amador_milenio

Agora sim, vamos falar das comunicações digitais, para iniciar vou-vos deixar um pequeno video de um colega Radioamador Australiano - VE7ALB Christopher, este video estar unicamente em Inglês, mas dá para entender...




Modos Digitais, outra forma de fazer rádio

Introdução

As tecnologias da comunicação que são especificamente desenvolvidas para facilitar a operação de transmissão de texto em tempo real concretizam agora aquilo que há tempos era apenas teoria, demasiado complexo ou muito caro para ser prático.
Graças à generosidade da comunidade de Rádio Amadores que possui conhecimentos de programação e ainda graças à Internet, novas e poderosas “ferramentas” de comunicação estão disponíveis para todos os Rádio Amadores. A evolução e largo uso do Computador Pessoal (PC) e das placas de som que utilizam Processadores de Sinal Digitais (DSP), permite aos amadores o uso destas ferramentas para desenvolver novos modos de comunicações digitais. As características distintas das comunicações digitais nas bandas de HF nos dias de hoje, são o uso de baixa potência (QRP), antenas compactas ou instaladas no interior das casas e técnicas de operação mais cordiais. Isto reverte a tendência que existe há alguns anos.
A confusão nas bandas é o óbvio factor negativo enquanto novos e velhos modos competem por espaço nas faixas de HF. A sobrelotação numa banda como os 20 metros é parcialmente a culpada por esta situação. Felizmente, os novos modos como o MFSK16, são desenhados para aumentar a performance num largo número de diferentes condições de operação. Isto permite que mais bandas de amador sejam utilizadas, reduzindo o congestionamento das mesmas e aumentando a possibilidade de contactos à medida que as condições de propagação se alteram de banda para banda. Estes são realmente tempos maravilhosos para todos os amadores que usam e desfrutam de todos estes novos modos digitais!

Uma vista de olhos pelos novos modos Digitais em HF

TOR é um acrónimo para “Teleprinting Over Radio”. É tradicionalmente usado para descrever três modos de comunicação “sem erros" – AMTOR, PACTOR e G-TOR. O principal método para correcção de erro deriva de uma técnica chamada ARQ (Automatic Repeat Request) que consiste num pedido de repetição que é enviado pela estação receptora para verificar se faltam dados. Como todos estes modos partilham o mesmo método de transmissão (FSK – Frequency Shift Keying), podem ser integrados num TNC (Terminal Node Controller) que é um modem rádio e é facilmente operado com qualquer transceptor moderno. Os métodos TOR que não utilizam o protocolo ARQ podem ser também operados através de programas para PC. Para os mais recentes e menos complexos modos digitais, o TNC é frequentemente substituído pela placa de som existente na maioria dos computadores de hoje.

AMTOR - É um modo FSK que raramente é utilizado pelos Rádio Amadores no século XXI. Apesar de ser um modo robusto, apenas possui 5 bits (tal como o seu antecessor RTTY) e portanto não pode transmitir caracteres ASCII estendidos ou dados binários. Com uma taxa de débito de 100 baud (bits/s), ele não compete eficazmente com a correcção de erro e a velocidade dos mais modernos modos ARQ, tais como Pactor. As versões não-ARQ deste modo são conhecidas como FEC, e ainda como SITOR-B pelos serviços Marítimos de Informação.
Para ouvir como é o som de AMTOR, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/amtor.wav

PACTOR - É um modo baseado em FSK e é um standard nos modernos TNC’s Multi-Modo. Foi desenvolvido como uma combinação das técnicas do Packet e de AMTOR. Embora esteja a cair em desuso, é o modo digital mais popular dentro do tipo ARQ e é primariamente usado pelos amadores para o envio e recepção de e-mail através de rádio. Este modo é um grande avanço relativamente ao AMTOR, com a sua taxa de débito de 200 baud, técnica de compressão de Huffman e transferência binária de dados.
Para ouvir como é o som de PACTOR, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/pactor1.wav



G-TOR - (Golay-TOR) É também um modo FSK, que oferece uma taxa de transferência de dados mais elevada comparativamente ao PACTOR. Incorpora um sistema de entrelaçamento de dados que ajuda na minimização dos efeitos do ruído atmosférico e tem a faculdade de corrigir dados misturados. O G-TOR tenta efectuar todas as transmissões a 300 baud mas baixa para 200 baud se encontrar dificuldades e finalmente para 100 baud em condições muito adversas. Este é o protocolo que trouxe aquelas excelentes fotos de Saturno e Júpiter tiradas pela sonda Voyager. Foi desenvolvido para esse fim por M. Golay, e agora adaptado para o uso dos Rádio Amadores. GTOR é um modo proprietário desenvolvido pela Kantronics. Como está apenas disponível nos (caros) TNC’s multi-modo Kantronics, nunca ganhou muita popularidade e é raramente utilizado.
Para ouvir como é o som de G-TOR, clique aqui
http://www.radioamadores.net/files/audio/gtor.wav

PACTOR II - É um poderoso e robusto modo PSK (Phase Shift Keying) que funciona bem debaixo de condições variáveis. Utiliza uma lógica automática e muito potente de seguimento da frequência; é baseado em DSP e é até 8 vezes mais rápido que o PACTOR. Ambos, (PACTOR e PACTOR-2) usam o mesmo protocolo de transmissão tornando-os compatíveis. Tal como o PACTOR original, é raramente utilizado pela comunidade Radioamadorística desde o desenvolvimento dos novos modos digitais baseados em placas de som nos computadores. Além disso, e tal como o G-TOR, este é um modo proprietário, pertença da SCS e apenas disponível na sua linha de TNC’s multi-modo.
Para ouvir como é o som de PACTOR II, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/pac2.wav



CLOVER - É também um modo PSK que tem capacidades de simulação de full duplex. Está bem preparado para operação em HF (especialmente com boas condições), porém, existem diferenças entre os modems para CLOVER. O modem original foi chamado CLOVER-I, mas a última versão baseada em DSP é chamada de CLOVER-II. As principais características do CLOVER são a eficiência da utilização da largura de banda com taxas de débito elevadas e a correcção de erro. O CLOVER adapta-se às condições, monitorizando constantemente o sinal recebido. Baseado nesta monitorização, o CLOVER determina qual o melhor esquema de modulação a utilizar.
Para ouvir como é o som de CLOVER, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/clover.wav


RTTY - Ou "Radio Teletype" é o modo, baseado em FSK, que se encontra em uso há mais tempo do que qualquer outro (à excepção do código Morse). RTTY é uma técnica simples que usa um código de 5 bits para representar todas as letras do alfabeto, os números, alguns sinais de pontuação e alguns caracteres de controlo. À velocidade de 45 baud (tipicamente) cada bit tem uma duração de 1/45.45 de segundo, ou 22 ms e corresponde a 60 WPM em Morse. Não existe correcção de erros no RTTY; ruído e interferência têm sérias consequências e degradam bastante a recepção e percepção dos sinais. Apesar das desvantagens relativas, o RTTY é ainda um modo popular para muitos Rádio Amadores. Este modo tem sido implementado em muito software que usa as placas de som dos PC’s, facilitando assim a sua utilização.
Para ouvir como é o som de RTTY, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/rtty.wav

PSK31 - É a novidade dos modos digitais que congrega a popularidade nas bandas de HF desde há muitos anos (desde o RTTY). Combina as vantagens de um código simples de texto de comprimento variável com a estreita largura de banda da modulação de fase (PSK) e o uso de técnicas DSP. Este modo é destinado para a utilização em tempo real do teclado com uma taxa de transferência de 31 baud que é suficiente para acompanhar a velocidade de “teclar” (dantes dizia-se dactilografar) da maioria dos Rádio Amadores. O PSK31 goza hoje de grande popularidade nas bandas de HF para as comunicações em tempo real. A grande maioria dos caracteres ASCII são suportados. Uma segunda versão contendo quatro trocas de fase (Quad Phase Shift Keying) está disponível, esta prevê Forward Error Correction (FEC) mas com o custo de uma relação Sinal/Ruído mais reduzida. Como o PSK31 foi um dos novos modos digitais baseados em software para placa de som, existem numerosos programas disponíveis – a grande maioria deles grátis.
Para ouvir como é o som de PSK31, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/psk31.wav

HF PACKET – É um modo FSK (neste caso a 300 baud) que consiste numa adaptação do popular Packet FM usado em VHF (1200 baud). Embora a versão HF do Packet Rádio tenha uma mais reduzida largura de banda devido aos níveis de ruído normalmente associados às operações em HF, ele mantém os mesmos protocolos e a capacidade de utilização em "node" de muitas estações na mesma frequência. Apesar da sua reduzida largura de banda (300 baud), este modo não é fiável para a generalidade das comunicações de amador nas bandas de HF nem para passar tráfego de rotina e dados entre áreas onde haja falta de cobertura de repetidores de VHF (digipeaters). O Packet em HF e VHF tem recentemente crescido em popularidade, pois este é o protocolo usado pelo APRS – Automatic Position Reporting System, em VHF e nos 30 metros HF.
Para ouvir como é o som de PACKET, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/packet.wav

HELLSCHREIBER é o método de enviar e receber texto usando uma técnica de fac- -simile (abreviado para FAX). Este modo existe há já algum tempo. Foi desenvolvido pela Alemanha ainda antes da 2.ª Guerra Mundial! O uso recente das placas de som dos PC’s como unidades de DSP levou a que aumentasse o interesse neste modo, e agora há muitos programas que suportam este novo (antigo) modo. A versão mono-tom (Feld-Hell) é o método de eleição para a operação em HF. É um sistema de modulação on-off, (muito semelhante á do CW - existem alguns amadores que utilizam os simples emissores de CW para trabalhar neste modo), com 122.5 pontos/segundo, ou cerca de 35 WPM de débito de texto, com uma largura de banda reduzida (perto de 75 Hz). É um modo “visual” pois os caracteres de texto são “pintados” no écran, ao invés de descodificados e impressos. Como tal, podem ser usadas muitas fontes (tipos de letra) incluindo alguns caracteres gráficos básicos. Um novo “estilo" deste modo chamado PSK HELL trás algumas vantagens em condições desfavoráveis. Tal como outros "fuzzy modes", possui a vantagem do "processador humano" para a correcção de erros; tornando-o num dos modos mais eficaz para as comunicações em tempo real nas bandas de HF. O Feld-Hell tem também a vantagem de ser um modo de transmissão de ciclo reduzido, significando isto que o transceptor irá funcionar muito mais “frio”.
Para ouvir como é o som de HELLSCHREIBER, clique aqui
http://www.radioamadores.net/files/audio/hell.wav

MT63 - É um novo modo baseado em DSP para o envio de texto em tempo real em zonas onde exista QSB e interferências de outros sinais. Isto é conseguido através de um complexo esquema de codificação do texto numa matriz de 64 tons no tempo e na frequência. Este método “à prova de bala” fornece uma margem de segurança na correcção de erro enquanto mantém uma taxa de débito de 100 WPM. A ampla largura de banda (1Khz para o método standard) torna este modo pouco aconselhável nas bandas congestionadas tais como os 20 metros. Um PC rápido (166 MHz ou mais) é necessário para usufruir todas as funções deste modo. O MT63 não é um método muito usado pelos amadores pelos seus requerimentos de largura de banda e pela dificuldade de sintonia dos seus sinais.
Para ouvir como é o som de MT63, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/mt63.wav

THROB - É ainda mais um modo baseado em DSP para placa de som que tenta usar a tecnologia Fast Fourier Transform (FFT). THROB é baseado em pares de tons com alguns caracteres baseados em apenas um tom. Foi definido como sistema de "2 de 8 +1 tom", ou mais simplesmente, é baseado na descodificação de um par de tons dentro de uma gama de 9 existentes. O projecto THROB é uma tentativa de pôr o DSP numa área onde outros métodos falham devido à sensibilidade ou ás dificuldades de propagação e simultaneamente trabalhar a uma velocidade razoável. A velocidade de texto é mais lenta do que outros modos porque o seu autor (G3PPT) tem apostado no desenvolvimento das capacidades do programa MFSK (Multiple Frequency Shift Keying).
Para ouvir como é o som de THROB, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/throb.wav

MFSK16 - É um desenvolvimento do THROB e codifica 16 tons. Usa a placa de som do PC como unidade DSP e técnicas de FFT para descodificar os caracteres ASCII, e ainda Constant Phase Frequency Shift Keying (CPFSK) para enviar o sinal codificado. A implementação de Forward Error Correction (FEC) faz com que os dados sejam enviados duas vezes com uma técnica de entrelaçamento para reduzir os erros causados por impulsos e estalidos de estática. A versão melhorada Varicode é usada para aumentar a eficiência quando se enviam caracteres ASCII estendidos, tornando possível a transferência de pequenos ficheiros de dados entre duas estações com condições de propagação razoáveis. A sua largura de banda algo elevada (316 Hz) permite velocidades de transferência mais rápidas (cerca de 42 WPM) e grande imunidade à recepção “multi path phase shift” (que consiste na recepção do mesmo sinal por diferentes caminhos de reflexão ionosferica, com inversão de fases). Uma segunda versão chamada MFSK8 está disponível; como o nome indica tem uma velocidade mais baixa (8 WPM), mas tem uma maior fiabilidade para a utilização em DX quando existe “polar phase shift” (que é uma inversão total da fase) Ambas as versões existem em programas freeware criados por IZ8BLY.
Para ouvir como é o som de MFSK16, clique aqui http://www.radioamadores.net/files/audio/MFSK.wav

Agora que já possui mais alguma informação dê uma oportunidade a estas novas formas de comunicação e utilize o seu computador para mais alguma coisa que não seja o “logbook” actualizado e o “Solitaire” do Windows.




Quem inventou o rádio?


Os primeiros passos para a descoberta da rádio começaram a ser dados em 1863 quando em Cambridge – Inglaterra, James Clerck Maxwell demonstrou teoricamente a provável existência das ondas electromagnéticas unificando toda a teoria de Faraday, Lorentz, Gauss e Ampere.
Maxwell era professor de física experimental, morreu e deixou apenas comprovada matematicamente esta teoria, sem a poder comprovar experimentalmente. A partir desta descoberta outros cientistas se interessaram pelo assunto. Entre estes pesquisadores destacaram-se alguns, um deles foi Henrich Rudolph Hertz, um jovem estudante alemão que impressionado com a teoria de Maxwell, construiu um aparelho em 1887 onde se verificava a deslocação de faíscas através do ar, assim Hertz conseguiu passar energia eléctrica entre dois pontos sem utilizar fios. Este aparelho produzia correntes alternadas de período extremamente curto, que variavam rapidamente. Com esta experiência Hertz provou experimentalmente a teoria de Maxwell que a electricidade viaja através da atmosfera em forma de onda mas não se apercebeu das vantagens desta experiência.
As ondas descobertas são as ondas de rádio que também são chamadas de "Ondas Hertzianas" em homenagem a seu descobridor. Hertz, verificou ainda que, essas ondas se deslocavam à velocidade da luz, cerca de 300 000 km/s.
No entanto, o primeiro sistema de rádio surge por intermédio de Nikola Tesla, um cientista nascido na Sérvia, que mais contribuiu do ponto de vista prático e experimental para a descoberta do rádio.
Em 1895, o italiano Guglielmo Marconi teve conhecimento das espantosas descobertas de Hertz e do sistema de rádio inventado por Nikola Tesla. Marconi chega a falar com Tesla para pedir-lhe detalhes sobre a construção do sistema de rádio, para assim, o tornar a construir e registar a invenção como sendo sua, mas Tesla já o tinha registado antes (no entanto, existem algumas dúvidas até aos dias de hoje sobre qual destes dois cientistas inventou o rádio ). Em 1896, Marconi demonstra o funcionamento dos seus aparelhos de emissão e recepção de sinais na própria Inglaterra e foi nesta altura que percebeu a importância comercial da telegrafia sem fios. Marconi foi o primeiro homem a enviar uma mensagem para o outro lado do oceano e devido à sua actividade e negócio, ele contribuiu para que a rádio se desenvolvesse, criando até a primeira companhia de rádio.
Com o objectivo de melhorar o que foi descoberto até então, surgiram outros cientistas como o Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França) que inventaram o "coesor", um dispositivo que melhorava a detecção das ondas. Não se imaginava, até então, a possibilidade do rádio transmitir a voz do ser humano, através do espaço.
No mesmo ano Oliver Lodge inventou o circuito eléctrico sintonizado, que possibilitava a mudança de estação seleccionando a frequência desejada.
Embora Tesla e Marconi tenham feito grandes progressos, a transmissão de sons só foi possível com o aparecimento da válvula de três elementos (tríodo), constituída por uma grelha, placa e filamento, desenvolvida em 1906 por Lee de Forest, um americano. Com o aparecimento desta válvula destacaram-se mais dois homens, o alemão Von Lieben e o americano Armstrong que utilizaram a válvula para amplificar e produzir ondas electromagnéticas de forma contínua.
Esta descoberta da válvula e a sua utilização levou ao estabelecimento de uma ligação radiotelefónica transcontinental, da Virgínia (EUA) para Paris. O desenvolvimento comercial da rádio foi, após esta fase inicial, muito rápido. Nos estados Unidos da América assiste-se a várias tentativas de emissão tanto comercial como amadora. Em 1920 surge a primeira emissora norte-americana de que há registo, de nome K. D. K. A. A partir daqui assistiu-se a uma grande "explosão" de emissoras de rádio e empresas de fabrico de receptores de rádio utilizando válvulas.
Com invenção do transístor em 1947 tornou-se possível construir rádios mais pequenos. De uns anos para cá, já existem rádios com leitores de cassete e leitores de CD. Hoje em dia, é possível ouvir rádio no computador através de uma ligação à Internet.

Não existe uma concordância mundial a respeito de quem inventou o rádio, da mesma forma que muitos paises não aceitam Santos Dumont como o Pai da Aviação. Alguns, creditam o descobrimento das ondas de rádio ao cientista e inventor italiano Gugliemo Marconi. Comete-se uma injustiça a um cientista brasileiro, predecessor de Marconi e de outros.Padre Roberto Landell de Moura, gaúcho, nascido em 21 de janeiro de 1861. O padre-cientista, construiu diversos aparelhos que expôs ao público na capital paulista em 1893, tais como: - o Teleauxiofono ( telefonia com fio )- o Caleofono ( telefonia com fio )- o Anematófono ( telefonia sem fio )- o Teletiton ( telegrafia fonética, sem fio, com o qual duas pessoas podem comunicar-se sem serem ouvidas por outras )- o Edífono ( destinado a ducificar e depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural ) Nesta ocasião, estabeleceu os príncipios básicos em que se fundamentaria todo o progresso e a evolução das comunicações, tal como conhecemos hoje.Suas teses, firmadas antes de 1890, previram a "telegrafia sem fio", a "radiotelefonia", a "radiodifusão", os "satélites de comunicações" e os "raios laser".No ano de 1900, enquanto o grande feito de Marconi não ultrapassava a distância de 24 quilômetros, o Padre Landell de Moura obtinha do governo brasileiro a carta patente nº 3279, reconhecendo-lhe os méritos de pioneirismo científico, universal, na área das telecomunicações.Em 1901, o Padre Landell de Moura, embarcou para os Estados Unidos e em fins de 1904, o The Patent Office at Washington concedeu-lhe três cartas patentes: para o telégrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras.Poderia se considerar o Padre Landell de Moura o precursor nas transmissões de vozes e ruídos outros. Suas patentes afirmam isso.

Em Portugal...
Tal como ia acontecendo por todo o mundo, também em Portugal começava a surgir a febre da rádio. Muitas eram as pessoas que tentaram construir as suas próprias emissoras de rádio, mas a primeira estação emissora nacional profissional, surge em Outubro de 1925 de nome, CT1 AA, por intermédio de Abílio Nunes dos Santos. O seu projecto foi prosseguido e desenvolvido por um outro homem Américo dos Santos que fundou então a primeira rádio, a Rádio Graça, em Lisboa. Em Maio de 1930, viria a surgir a primeira rádio no norte do país, a Rádio Sonora. Posteriormente, durante a primeira metade da década 30 vão aparecendo um pouco por todo o país várias estações de rádio que por esta altura colocavam no ar programas de informação, música e as chamadas radionovelas. No entanto, a história da rádio em Portugal fica também marcada em 1975 pela integração de várias rádios no grupo RDP (Radiodifusão Portuguesa), o que originou a que, as rádios que não foram integradas neste grupo acabassem por fechar por falta de ouvintes. Com esta integração, durante alguns anos, não foi permitido aparecer novas estações de rádio de âmbito privado, o que levou ao surgimento em 1984 das primeiras emissoras clandestinas, as chamadas " Rádios pirata". Nos finais do ano de 1988 o governo trava a expansão destas rádios obrigando-as a fechar. Com o intuito de legalizar algumas rádios pirata surge no início de 1989 a nova lei da rádio, que permitiu às rádios piratas com melhores condições e equipamentos continuar as suas emissões normais.
De facto a rádio não foi fruto do trabalho de um homem só, mas de muitos dedicados homens de ciência. Justiça se faça a todos que a merecem...e não a um só homem...

História da rádio em Portugal

A RÁDIO EM PORTUGAL

Portugal, eram já muitos os que tentavam, às suas custas receber emissões, criando receptores que na maioria dos casos não funcionavam. Mas em tudo há excepções, e um desses curiosos merece o devido destaque, já que conseguiu ultrapassar e vencer a incompreensão e desanimo de muitos, até chegar à montagem de uma verdadeira estação de Rádio.

Abilio Nunes dos Santos foi esse homem. Dirigiu a estação que passaria à história sob a denominação CT1 AA. O seu esforço valeu bem a pena já que este projecto viria a ser desenvolvido e prosseguido por Américo dos Santos, que conseguiria constituir uma das mais populares estações emissoras na altura: A Rádio Graça.
Alguns interrogam-se sobre a origem do nome desta estação já que os seus maiores momentos foram passados e vividos não no velho bairro Graça mas sim numa vivenda do Restelo. No entanto foi na Graça que o seu fundador criou todas as condições para emitir e daí a denominação.

A 25 de Outubro de 1925 surgiram as primeiras emissões que eram preenchidas por mensagens de saudação ao auditório desconhecido.
Afinal até onde chegaria o sinal de rádio que era enviado? Nem o próprio Américo Santos sabia. Só algum tempo depois, recebeu uma carta de Tomar informando-o da recepção do sinal com qualidade razoável. Até finais dos anos 40 a loucura radiofónica traduzia-se na montagem desenfreada de emissores e de estações que, em disputa, poderiam ter posto em perigo o normal desenvolvimento das mesmas.
Incluído nesta onda de euforia, o Porto via nascer, em Maio de 1930, a primeira estação do norte: A Rádio Sonora. A iniciativa surgiu, na altura, de 3 irmãos. Um deles, Antero Calheirosa Lobo. Instalou-se no nº249 da rua Sá de Bandeira, num edificio que viria a ser totalmente ocupado pela emissora. Pena foi que o emissor fosse bastante fraco, já que ao nível de instalações a rádio Sonora era das melhores.
Quem já teve a oportunidade de ver o filme "O PÁTIO DAS CANTIGAS" certamente se recorda do "Alô, alô D. Rosa, chegou a sua filha", e das experiências do famoso Engenhocas. Pois bem, este poderia ser o retrato das primeiras transmissões radiofónicas realizadas em Portugal a partir dos anos 20. Embora a generalidade das emissões sejam efectuadas por amadores que consoante o seu entusiasmo e tempo livre vão emitindo para o seu bairro, música, declamações de poesia ou peças de teatro, realizadas quase sempre pelo grupo dramático da própria estação, o posto emissor CT1AA era uma excepção, sendo a primeira estação nacional profissionalizada. Naquele tempo tinha linhas telefónicas directas para o Teatro Nacional, Sociedade de Geografia, Teatros Variedades e Maria Vitória e um segundo estúdio de dimensões consideráveis na Rua do Carmo, onde poderia acomodar mais de uma centena de músicos, para além do público que nesta época assistia aos programas.

Com o rápido desenvolvimento da Rádio, foi publicado em 1930 o primeiro diploma legal sobre a TSF (Telegrafia Sem Fios). Entre 1931 e 1933 surgem novos postos emissores entre os quais, a Alcântara Rádio, o Clube Radiofónico de Portugal, Rádio Rio de Mouro e Rádio Clube da Costa do Sol iniciam a sua actividade em 1931, a Invicta Rádio, Radio Clube Lusitânia, CT1DS, Rádio Graça, Rádio Luso e Rádio Amadora em 1932, e no ano seguinte a Rádio Peninsular e a Radio São Mamede. A maioria dos postos emissores emite em directo para os seus bairros, embora alguns tenham possibilidade de ser escutados fora deste círculo. Por esta altura as estações emissoras têm horários diferentes, mantendo as suas emissões a poucas horas maioritariamente à noite, entre as 22 e as 23 horas, havendo no entanto quem emita entre a meia noite e as duas da manhã, sendo a programação anunciada em revistas semanais como a Rádio Magazine ou a Rádio Novidades.
Em Maio de 1932, realizou-se o I Congresso Nacional de Radiotelefonia promovido pelo jornal "O Século". Por imposição do Estado Novo não é autorizada a emissão de publicidade, alegando que os postos não devem ser um instrumento para a especulação comercial, o que constituiu a muito curto prazo um grave entrave ao desenvolvimento técnico dos postos emissores. Devido a esta medida muitos postos emissores vão acabar a breve prazo, abrindo espaço à criação de Estações com cobertura Nacional. O Radio Clube Português, resultante do crescimento do Rádio Clube da Costa do Sol, propriedade de Jorge Botelho Moniz - CT1GL, oficial do Exército que tomou parte no 28 de Maio de 1926, e que mantinha boas relações com o Estado Novo, inaugurou em 1934 umas modernas instalações com a presença do Presidente da Republica.
Para se ter noção do desenvolvimento e da profissionalização desta estação, bastará dizer que já nesta altura estava equipada com as primeiras viaturas de exteriores existentes em Portugal, e que foi autorizada a explorar a publicidade.
A partir de 1936, quando já emitia até à uma hora da manhã. O nome de Jorge Botelho Moniz e o seu indicativo CT1GL ficaram também na historia da Rádio, devido ao primeiro relato radiofónico de um jogo de futebol realizado no ano de 1933 em Lisboa, entre as selecções de Portugal e da Hungria.
O Estado Novo consciente do poder da TSF, decidiu construir a sua própria Estação emissora, a exemplo do que vai acontecendo por essa Europa fora. Em 1933 por decreto-lei assinado pelo Ministro Duarte Pacheco, é criada a Emissora Nacional, embora a sua inauguração só ocorra em 1935.
Com o surgimento da Emissora Nacional, o posto emissor de CT1AA, encerra as suas emissões, nesta altura já com um grande leque de ouvintes nas Colónias de África e na emigração.
A igreja católica atenta também a este fenómeno, avança em 1937 com a criação da sua própria emissora, a Rádio Renascença, cujos fundos iniciais foram angariados junto de fiéis de todo o país. Mesmo com o aparecimento das poderosas estações entretanto criadas, em 1940 ainda se encontravam a transmitir 298 postos de amadores e mais de duas dezenas de estações particulares.

Na rádio desse tempo a competitividade Lisboa-Porto já existia, como hoje de resto. Assim registam-se nomes no Porto como: Rádio Porto ; Sonoro Rádio ; Ideal Rádio. Em Lisboa : Rádio Hertz ; Rádio Luso ; Rádio S.Mamede ou Rádio Peninsular. Estas rádios já apresentavam programações de luxo em que o especial destaque era dirigido às radionovelas de teatro Português. As emissões raramente excediam as 3 horas com programação musical. A pesar das disputas, as emissoras mantinham uma grande unidade entre si. Desta forma, combinavam-se os horários de emissão entre todas e desde as 14 até às 24 horas, todos faziam a sua emissão. A vantagem era toda dos ouvintes que podiam escutar todos os programas a horas diferentes, já que nunca havia duas estações a emitir ao mesmo tempo.
Desde então até aos dias de hoje a rádio evoluiu bastante.
Em Portugal houve dois marcos importantes e foram determinantes na evolução da rádio no País. Sem dúvida que um deles reporta a 1975, altura em que diversas estações foram integradas na RDP. Os documentos de arquivo existentes mostram que pelo menos 8 rádios tiveram essa sorte: Rádio Graça ; Emissora Nacional ; Rádio Clube Português ; Rádio Voz de Lisboa ; Rádio Peninsular ; Rádio Ribatejo ; Alfabeta e Rádio Alto Douro. Tal integração aconteceu devido à Nacionalização da radiodifusão em Portugal pelo estado Português desde o dia 2 de Dezembro de 1975. Curiosamente, quase 13 anos depois, surgia a 2ª grande revolução, que resultou no mais importante processo de remodelação da Lei da Rádio com resultados práticos. Mas para explicar melhor esta "2ªrevolução" é necessário voltar alguns anos atrás. Após a Nacionalização a rádio portuguesa sofreu um revéz bastante acentuado. A existência de um monopólio RDP / RR, impediu que o sector se desenvolvesse normalmente até que em 1984 algo começa a mudar e surgem as chamadas Rádios Piratas ; Estas rádios também chamadas de "livres", reflectiam a falta de legislação sobre radiodifusão e à inexistência Juridica que impedia que grupos económicos privados pudessem abrir as suas próprias estações. Estas rádios que mais tarde serviriam de jurisprudência, criaram uma situação ilegal que mais tarde o estado teve de resolver.
O "surto epidémico" começou em Lisboa. Uma das primeiras rádios a surgir foi a Rádio Cidade, hoje uma das populares estações em Portugal. Curiosamente os principais responsáveis por este projecto eram de origem Brasileira. O facto de o sotaque ser diferente impulsionou desde logo esta rádio. Lisboa viu nascer, na altura, várias estações ao nível em que quase em todas as localidades existia um pequeno emissor, um pseudo-locutor, e muita música. A rádio perdia então muita da conversa que a havia preenchido nos anos passados. A pluralização criou-se num fenómeno que só terminaria em 1988. As condições destas rádios eram, aos olhos de hoje, inimagináveis. A receita passava pelo emissor, 2 pratos, uma mesa de mistura e pouco mais. Os operadores eram, na sua maioria, amadores. Os chamados "curiosos" amantes da comunicação e que tornaram a rádio menos formal e mais dinamica. Neste caso a inexperiência jogou a favor destas pessoas. A Rádio Cidade foi disso um exemplo. A comunicação solta, descontraída, e claro a pronúncia, fêz escola nas rádios nacionais. Na amadora surgiram em 1985 e 86 várias estações: Rádio Regional da Amadora ; Rádio Horizonte ; Rádio Nova Europa ou Rádio Mais. Em Lisboa estações como: TSF ; Correio da Manhã Rádio ; Rádio Geste. São alguns exemplos de rádios piratas que sobreviveram.
Legalização ; Perante esta parafernália o governo decidiu, finalmente, intervir. Em 24 de Dezembro de 1988 mandou encerrar todas as rádios "piratas". Todas elas puderam então apresentar o seu projecto de Legalização e perante condições, estruturas, motivações e outros indicadores, o governo decidiu uns meses depois quem deveria continuar e quem teria de encerrar os seus emissores.
Em meados de 1989, começavam a aparecer as primeiras rádios privadas e legais em Portugal, num processo que, embora tardio, permitiu adequar a quantidade de rádios ao mercado nacional Português. Segundo o Governo o nº de rádios diminuiu para menos de metade. E desde então têm-se assistido à fusão de rádios nos grupos económicos mais fortes, diminuíndo ainda mais o seu número. O panorama actual é disso exemplo, havendo hoje estações que adquiriram pequenas rádios para difundir em maiores àreas nacionais espalhadas pelo país. Rádios como: a TSF, Rádio Cidade, Rádio Nova, Rádio Nova antena, Rádio Nostalgia e outras, são exemplos de estações que emitem hoje para vários pontos do país de Norte a Sul.
Um processo longo que parece ter estabilizado nos dias de hoje.

Nas minhas pesquisas pela internet, encontrei uma página que gostaria de partilhar convosco. http://telefonia.no.sapo.pt/

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